Ordem do Dia 20/03/24

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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista Político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia. 

A partir da entrevista concedida pelo economista Armínio Fraga, homem de respeitável reputação, seria possível alinhavar um certo humor que percorre o mercado.

Fraga diz que não se arrepende de ter votado em Lula. Mas esperava mais. A colunista de economia, Raquel Landim, vai na mesma direção. Mas atribui essa decepção ao empresariado, em geral.

Ninguém parece ter saudades de Bolsonaro. O homem seria, considerando uma expressão típica norte-americana, um “trouble maker” (criador de problemas).

Mas isso não implica em aceitar o governo Lula, ou seu atual estilo “marrento”. Landim afirma que o empresariado sente que Lula não aprendeu nada de novo, tendo perdido seus principais encantos. Especialmente a capacidade de criar consensos políticos.

Assim sendo, se pareceria, de certo modo, com Bolsonaro. A troca de um pelo outro não representaria vantagens significativas.

Reclamam das polêmicas inúteis, além das evidentes contradições, das posturas de Lula. Não haveria sentido em condenar Netanyahu, por exemplo, e, simultaneamente, afagar Putin e Maduro. Seriam farinha do mesmo saco, além do que só trazem outros problemas.

Esse mau humor se dá num contexto de inflação controlada, queda do desemprego e de algum crescimento econômico. Nada demais. Mas nada de menos. O governo estaria “meia boca”.

A população, em geral, sente a mesma coisa. Três diferentes pesquisas disseram o mesmo, acusaram a queda de popularidade de Lula e isso levou o governo a bater cabeça, bem ao estilo Bolsonaro.

As horrendas turbulências bolsonaristas teriam refluído. Porém, nem por isso, o mar estaria “para peixe”. Muito mar para navegar e pouco peixe para pescar. Todos parecem cansados.

A formação, do atual ministério, pecaria pelo número excessivo de ministros e pelos modestos, ou pela falta, de resultados. Salvo o proverbial blá-blá-blá.

Na Saúde, cabeças foram cortadas. Finalmente, as desastradas intervenções de Lula na Petrobrás, na Vale e na Eletrobrás reinauguram o que houve de pior nos governos petistas: muitas mentiras, ideologia obsoleta, grandes prejuízos e outras “coisinhas” mais.

As pessoas avaliam que o Brasil não estaria pior. Mas não vai muito bem. Logo, a porcaria permanece.

* Marco Antônio Andere Teixeira é historiador, advogado, cientista político (UFMG), pós-graduado em Controle Externo (TCEMG/PUC-MG) e Direito Administrativo (UFMG). E-mail: marcoandere.priusgestao@gmail.com