Ordem do Dia 05/01/24
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
Percorrendo a revista “Mar sem fim”, em recente edição, depara-se com uma notícia aparentemente insólita: cientistas e pesquisadores identificaram um tubarão, vivo, com mais de 400 anos de idade.
Empregaram a técnica do “carbono 14”, para tanto. Seria uma fêmea, da espécie “Tubarão da Groenlândia”, nascida por volta de 1620. No século XVII, portanto.
Essas pesquisas oceanográficas, realizadas com 18 indivíduos desse tipo de tubarões, determinaram outras descobertas. Seriam necrófragos (comedores de carniça), podem chegar aos seis metros de comprimento, vivem em águas profundas e iniciam sua vida sexual aos 150 anos.
As pesquisas demoraram 18 anos para chegar a essas conclusões, entre outras. Inclusive, que esses tubarões não seriam agressivos. É difícil de acreditar.
Entretanto, especialistas afirmam que tubarões, tartarugas e crocodilos, por exemplo, seriam seres que surgiram há milhões de anos, vivem muito, estando sujeitos a poucas doenças ao longo da vida.
Segundo o jargão darwinista, seriam espécies “altamente especializadas”, dado seu longo curso na escala evolucionista.
Teriam superado, ao longo do tempo e através da evolução biológica, grandes desafios. A seleção natural teria realizado o restante do trabalho. Em um longo caminho.
Isso nos daria algum alento em relação aos humanos, em geral. Que estariam no início de seu processo evolutivo. Teríamos andado rápido, enquanto espécie, nos últimos cem mil anos.
Muito rápido, nos últimos duzentos anos, em termos científicos. E em velocidades alucinantes, do ponto de vista tecnológico, nos últimos cem anos.
Mas percorremos pequenas distâncias, diminutas, segundo os padrões da “evolução das espécies”. Seríamos seres jovens e pouco especializados, biologicamente.
Estando nossa civilização em seus primeiros passos, incertos e claudicantes. Logo, se não promovermos nossa própria destruição, ou se a natureza não o fizer, teremos a chance de nos tornarmos uma espécie biologicamente desenvolvida, com uma conduta respeitável e admirável. Inclusive do ponto de vista ético.
Entretanto, em quanto tempo isso se daria? Se considerarmos os termos e prazos do darwinismo, ou do evolucionismo em geral, em algumas dezenas de milhares de anos – se tudo der certo.
Nessa medida, mesmo tendo em vista os horrores que causamos à nossa volta, não seríamos necessariamente ruins, ou detestáveis. Seríamos, como dizem os nossos caipiras, apenas “fiotes”.
Muito há o que aprender. E também sobre o que rever, reconsiderar e arrepender. Eis uma meta para o início do ano. Para o início dos próximos cem mil anos, talvez.