Ordem do Dia 18/12/23

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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia. 

Na semana passada, diferentes veículos de imprensa realizaram seguidas críticas e denúncias contra o governo Zema.

A começar pelo processo de improbidade, contra o Secretário da Fazenda, acusado de um rombo de 106 milhões de reais, em um fundo, administrado por ele.

Houve também a cobrança pelas promessas, anunciadas com estardalhaço pelo governo, jamais realizadas. Tais como as fábricas de aviões e automóveis elétricos, que ficaram só na conversa.

Nessa oportunidade, além de ter sido desmascarado pelos fatos, que demonstraram sua gestão catastrófica no governo de Minas, o governador foi humilhado. Por suas próprias ações.

Ao negligenciar o problema da monstruosa dívida mineira, encurralou-se. Ao se indispor, oficialmente, com as regiões mais pobres do Brasil, comprometeu suas pretensões presidenciais.

Ao insultar, sistematicamente, a política e os políticos, ficou sem aliados – e sem alternativas para enfrentar o problema financeiro do Estado.

Em razão de sua incapacidade de articulação institucional e de sua inoperância, frente às questões da Administração Pública, paralisou-se. Foi se esconder atrás das suas mangas e de seus pães de queijo. Inutilmente.

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Zema foi vaiado por um Palácio das Artes cheio de gente (a capacidade seria de 1.700 pessoas), durante um evento promovido pelo BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais).

O governo era o anfitrião dessa solenidade. Zema viu-se vaiado por seus próprios convidados. E se isso se repetir? Mas nem tudo está perdido para Zema. Estaria isolado do protagonismo para a solução da dívida mineira, mas ainda há um difícil caminho a ser percorrido.

Os atuais encarregados, desse fardo, devem mostrar serviço, sob pena de total vexame. Seriam eles o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o Legislativo mineiro, o ministro Fernando Haddad e o próprio presidente Lula.

Que se revezaram nas críticas a Zema. Se eles não chegarem a bom termo, nessa questão da dívida, cairão em descrédito e transformarão Zema em vítima. Ressuscitando-o politicamente.

Seria uma espécie de “efeito Lázaro”, constituindo-se no primeiro milagre do governo Lula. Ainda que, transformar água em cachaça, parece ser um milagre mais ao estilo de Lula.

Entretanto, se equacionarem a dívida mineira, alguns costumes irão mudar. Nas Gerais, não mais malharão o Judas. Por um bom tempo, vão malhar o Zema. Talvez da mesma forma que Zema, por anos, malhou o ex-governador Pimentel. Será?