Ordem do Dia 14/12/23
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
O professor de economia Fábio Rodriguez, da UBA (Universidade de Buenos Aires), concedeu entrevista, comentando as primeiras medidas de Milei, para ajustar a economia da Argentina.
Segundo o economista, colega de profissão do atual presidente, ainda não seriam um Plano Econômico, propriamente dito, essas ações do presidente argentino. Seriam, no momento, um ajuste fiscal, que promete grandes sacrifícios à população.
O componente político, do ajuste fiscal, propõe uma questão delicada: o quanto a população conseguirá tolerar? Especialmente os social e economicamente mais frágeis?
Até porque, partiu-se de uma violenta desvalorização cambial, seguida da retirada de subsídios e da diminuição de repasses financeiros, às províncias.
O resultado imediato seria mais inflação e maior pobreza. O chamado inferno da “estagflação”. Eis o busílis. Parece consenso, segundo o próprio entrevistado, que o déficit fiscal seria o pior problema macroeconômico da Argentina.
O que a levou a se constituir numa espécie de “case” acadêmico: a história da maior decadência econômica, de um país, durante o período capitalista. Isso não é pouco.
Historicamente, decadências semelhantes à Argentina, não seriam conhecidas. Principalmente em função da razão apontada para tanto: gastança desenfreada, ou irresponsabilidade fiscal, se preferirem os mais sábios.
Esse comportamento, praticado no longo prazo, teria colapsado a economia argentina, outrora tão próspera. A ponto de ter ostentado a maior renda “per capta”, do planeta.
O conceito político desse fenômeno, que teria proporcionado essa decadência, seria o “populismo”. Uma mistura de demagogia, ilusionismos e irresponsabilidades, em geral.
Acompanhada de grandes doses de despreparo ou simples incompetência. Poderia ser de direita ou de esquerda. Mas seria sempre catastrófico.
Isso nos remete às atuais discussões, que se dão no âmbito do governo Lula. Mais precisamente, entre o ministro Haddad e a ala ideológica do PT. Nesse ato, representada por Gleisi Hoffman e pelo deputado da Baixada Fluminense, Lindhberg Farias, o “cara pintada” que virou cara de pau. Uma dupla “do bagulho”.
Haddad quer evitar a gastança. Os setores ideológicos do PT querem se lambuzar nos recursos públicos. Querem ganhar a próxima eleição. E que “tudo mais vá pro inferno”. Qual seja: os que não conhecem a história tendem a repetir os mesmos erros. Vide o caso argentino.