Ordem do Dia 13/12/23
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
Em extensa reportagem, a The Economist informa que China e União Europeia estão à beira de um importante confronto comercial.
Existe um excesso de produção de automóveis na China, principalmente elétricos, a serem desembarcados no mercado europeu. Isso poderia, em tese, impactar a indústria européia de modo catastrófico.
Dirigentes europeus atribuem os baixos preços dos automóveis chineses a subsídios diversos. Que seriam ilegais. Entretanto, essa não seria toda a verdade. O fato é que os produtos chineses alcançaram um outro patamar de qualidade. Concorrendo com produtos da Europa.
Sendo que a China domina cadeias produtivas, das quais a Europa seria dependente. A China estaria dando as cartas no desenvolvimento de diversos insumos, essenciais para a indústria daquele continente. Eis o busílis.
O velho protecionismo industrial, assim como a imposição de tarifas a produtos chineses, estaria na pauta de eventuais medidas para preservar a indústria do velho continente.
O que parece, seria que a economia globalizada produziu crenças, ainda que não escritas, baseadas na ideia de que o capitalismo equalizaria as relações mundiais.
Livrando o mundo de incômodas posições ideológicas, em geral. Principalmente na Rússia e na China. Tudo indica que não deu certo.
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Questões políticas têm se sobreposto à simples economia de viés capitalista. A “mão invisível” do mercado, de Adam Smith, tão cara aos liberais, está parecendo também impotente. E um tanto burra, além de cega, ou míope.
Aqueles que se mantém indiferentes à semelhante questão, sob o argumento de que se trata de um problema europeu, talvez devam se preocupar. No Brasil, também há problemas desse tipo.
O Instituto Aço Brasil (IABR) divulgou que o aço chinês está inundando o mercado brasileiro. Praticando preços artificialmente baixos, a exemplo do que ocorre na Europa.
Com a alta de 20% na importação de aço, a produção brasileira recuará 8% em 2023. A Usiminas teria deixado de abrir 600 novas vagas, em razão disso. A Aperam, de Timóteo, alega ter adiado investimentos milionários, que poderiam gerar 1.500 empregos.
A mais recente notícia seria que a Usiminas desligará um alto-forno, a partir do início do próximo ano. Já a ArcelorMittal está ampliando suas paradas técnicas, em três de suas principais unidades no Brasil. O desemprego começa a rondar o setor. Poisé…
É atribuído a Napoleão um conselho, para “deixarem a China dormir”. Pois, se acordasse, o mundo não poderia mais dormir sossegado. Teria chegado a hora?