Ordem do Dia 11/12/23

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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia. 

Segundo o DataFolha, 83% dos brasileiros sentem orgulho de seu país. Isso talvez possa surpreender a muitos. Mas alguma ponderação parece necessária.

Os mais velhos se lembram de um período em que seria “moda” falar mal do Brasil. E isso era verbalizado até em novelas da Globo. Especialmente através da emblemática personagem Odete Roitman, da novela “Vale tudo”, de 1988.

O bordão de Odete, em relação ao Brasil, era bastante negativo. Classificava o país de “triste” e “infeliz”. Assim como sua população. E era mesmo, de diversas maneiras.

Estávamos no final da chamada “década perdida”. A inflação chegou a superar 80% ao mês (pasmem!). A economia estava estagnada, não havia empregos, o Estado estava desorganizado e incapaz de resolver qualquer problema estrutural.

O sonho de consumo da juventude era migrar para os EUA, enfrentando carreiras na faxina, na construção civil, como garçons, chapeiros ou garçonetes. Era o que nos cabia.

Um colega de faculdade, de família judia, tornou-se “lavador de defuntos”, numa funerária de Nova York, especializada em defuntos judeus. Se deu bem.

Com a vinda do Plano Real, implantado no governo Itamar Franco, tudo mudou. E aqui estamos. Está bom? Longe disso. Mas já esteve pior. Em que pese a decadência política e o colapso na educação. Fenômenos que se articulam, em seus fundamentos, diga-se.

A maioria sente-se bem no Brasil. Já sabem que, no exterior, sofrem de variados preconceitos, inclusive em Portugal.
E temos visto que há lugares bem piores para estar: Gaza, Síria, Ucrânia, Etiópia, entre outros, destruídos pela guerra.

Guerra que Maduro, o ditador da Venezuela, quer trazer para nossa vizinhança. Parece que ele se sente o Putin de bigodes. Pode piorar.