Ordem do Dia 06/12/23
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
Pesquisas Genial/Quaest e Atlas apontam o mesmo resultado: Lula perdeu o eleitorado que garantiu sua vitória contra Bolsonaro. Especialmente no Sudeste.
Números da Atlas indicam que a rejeição ao governo Lula supera, em mais de 3%, a aprovação. Tratando-se Genial/Quaest, a rejeição ao governo supera em mais de 6% a aprovação. Lula ganhou de Bolsonaro por uma diferença de 2%. Foi-se a vantagem.
Mas por qual razão? Em S. Paulo, Capital, por exemplo, onde Bolsonaro venceu Haddad por larga margem, a situação inverteu-se na eleição seguinte, dando a Lula uma vantagem superior à obtida, pelo atual presidente, em toda Minas Gerais.
Essa vantagem, em S. Paulo, desapareceu. A rejeição a Lula superou a aprovação. No Paraná, e em Minas, Lula também teria perdido pontos importantes.
Isso pode parecer estranho, vez que a disputa entre Lula e Bolsonaro não vai mais se repetir. Entretanto, vez que segue firme a polarização, e a mobilização das pessoas como “rejeitores”, e não como “eleitores”, o atual presidente concentra, em si, o céu e o inferno. Pouco importa quem seja contra Lula, desde que assim seja…
As razões do aumento dessa rejeição seriam muitas. A principal seria o descumprimento da principal promessa de campanha: promover a “união nacional”. Não aconteceu.
Na verdade, Lula fez, principalmente no início de seu governo, uma série de provocações, para insultar e tripudiar seus adversários.
Atacou o agronegócio brasileiro, deu palanque para Dilma e Mantega, prestigiou Maduro (da Venezuela), viajou com os bandidos da JBS, Joesley Batista em particular, etc, etc, sem contar os absurdos verborrágicos do atual presidente. No melhor estilo Bolsonaro…
Ato contínuo, associou-se ao Centrão, demitindo ministras e descumprindo seus compromissos com o eleitorado feminino.
Como se não bastasse, a negação em ter uma meta de equilíbrio e de controle fiscal, apelando para o aumento de impostos, teria piorado a percepção de um governo “gastador” e “irresponsável”.
Mas haveria mais: a conduta soberba de Lula, em suas viagens ao exterior, exibindo estilo luxuoso, carregando aviões com assessores e protegidos, causou mal estar. Seriam quase 200 milhões de reais, em despesas com viagens a diferentes países. Sendo que a despesa da viagem à COP 28 ainda não foi computada.
A desastrosa política externa de Lula também teria contribuído, especialmente sua conduta dúbia em relação a Putin e ao Hamas, protegendo a esses e condenando a Ucrânia e Israel. Má diplomacia.
Mas a fatura continua: o estilo “blogueirinha” da primeira dama, seu apego ao poder, as suas interferências políticas, sem ter a menor legitimidade para tanto, também está na conta.
A batata de Lula está assando. E, no ano que vem, tem eleições.