Ordem do Dia 01/12/23
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Na coluna Ordem do Dia, o historiador, advogado e cientista político Marco Antônio Andere Teixeira faz uma breve análise sobre fatos do dia.
Aos cem anos de idade, faleceu Henry Kissinger, professor, diplomata e ex-Secretário de Estado norte-americano. Kissinger também foi laureado com o Nobel da Paz, o que parece insólito, considerando a atuação estratégica, e até certo ponto beligerante, desse homem.
Responsável pela reaproximação dos EUA com a China, teria evitado um possível conflito entre esses dois países.
Desde as guerras da Coréia e do Vietnam, China e EUA tinham relações hostis.
O Gal. Douglas MacArthur, herói da Segunda Guerra, e comandante em chefe das forças armadas americanas durante a Guerra da Coréia, chegou a solicitar o uso de armamento atômico nesse conflito. Inclusive contra a China, aliada dos norte-coreanos.
Embora em grande vantagem, o governo americano demitiu MacArthur e concluíram a Guerra criando um impasse territorial, entre duas Coréias, que ainda persiste.
Kissinger lecionava História em Harvard. Dessa posição, foi elevado à condição de um dos homens mais poderosos do planeta, senhor da vida e da morte de milhões.
Até recentemente, atuava como conselheiro e formulador de projetos estratégicos, para a política externa dos EUA. Aos 99 anos publicou um livro, “Leadership”, afirmando que um dos seis mais importantes líderes mundiais, seria Lee Kuan Yew, criador da ilha de Cingapura. Que, da pobreza, hoje oferece o melhor padrão de vida, do mundo, à sua população.
Esse homem saiu da condição de intelectual acadêmico, um teórico, para praticar suas habilidades no fio da navalha, durante a Guerra Fria.
Não falhou. Deixou a zona de conforto da teoria, sabendo que na teoria não se fracassa. No máximo, haveria equívocos. Se Kissinger se equivocasse na política externa dos EUA, haveria a Terceira Guerra Mundial e a aniquilação do planeta. Na prática.