100 dias de crise: o governo que prometeu modernidade e entregou caos

O governo Paulo Ney completou 100 dias no poder carregando uma contradição insustentável.
Eleito com o discurso da eficiência técnica e da modernização gerencial, a coalizão PSDB/NOVO revelou-se incapaz de cumprir suas próprias promessas, mergulhando a administração municipal em uma sucessão de crises que atingem desde os serviços essenciais até a relação com seus próprios
servidores.
A realidade desmente a retórica governamental. Nas unidades de saúde, a população enfrenta desabastecimento crônico de medicamentos e filas que se alongam como sintomas de um sistema em colapso.
Na educação, o abandono se manifesta em salas de aula sem recursos e professores desamparados.
Enquanto isso, as finanças públicas seguem sob tensão, com um governo que parece mais interessado em gestos de impacto do que em soluções estruturais.
Mas é no tratamento dispensado aos servidores públicos que se revela a verdadeira face desta administração.
Desde o primeiro dia, optou-se pelo caminho do confronto: negociações truncadas, ameaças veladas e medidas que beiram o assédio institucional.
O episódio que proibiu trabalhadores de utilizar a cozinha para suas refeições não foi um equívoco isolado - foi a expressão acabada de uma mentalidade que hierarquiza pessoas e direitos. Este cenário de exceção contrasta com os privilégios mantidos nos bastidores do poder.
Enquanto servidores enfrentam cortes e a população sofre com serviços precarizados, o DME, ainda sob influência do ex-prefeito Sérgio Azevedo (PSDB), encontrou recursos para uma festa de custos sigilosos de mais de R$ 100 mil dos cofres públicos.
A mensagem é clara: para alguns, sobra; para muitos, falta. Como servidor público e vereador, testemunho diariamente as consequências deste projeto de poder.
Os primeiros 100 dias poderiam ter sido de diálogo e construção. Foram, ao invés disso, de autoritarismo e desmonte.
A cidade merece mais do que isso. Seguimos atentos e combativos na defesa de uma cidade diferente e melhor. O povo precisa e merece.
* Tiago Mafra é servidor público municipal, profes-sor de geografia e vereador pelo PT (2025-2028)
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